Amor adolescente

      Já passava das 21hrs quando te vi na festa. Não era uma grande festa, mas o bairro estava todo lá. Havia uma banda de forró embalando os adolescente que ali estavam. Eles pareciam meros figurantes na sua frente. Sempre gostei de você. Desde a primeira vez que te vi no colégio. Nunca tive coragem e nem oportunidade de te dizer isso. Você estava linda, tão linda que não encontrei adjetivos para te descrever. Enquanto eu te olhava e viaja nos meus pensamentos, um toque no meu braço me trouxe a realidade e a música voltou a ficar alta.

— Macho, ta tudo bem? — Perguntou meu amigo.

— Sim. Respondi ainda confuso.

— Tu pode segurar minha cerveja? Vou ali dar uns beijinhos.

— Ah, claro. Me dá. — Respondi segurando a latinha de cerveja quase vazia.

                Vi meu amigo sumir na multidão antes de voltar a te olhar. Você estava mais perto de mim. Estranhamente o fato de segurar aquela cerveja me encorajou. Me senti independente, mas dono de mim. Quando dei por mim estava ao seu lado.

                — Oi? Bora dançar forró?  — Vesti meu melhor sorriso para falar isso.

                — Ah, desculpa eu não sei. — Retrucou ela gentilmente.

                — Menina, eu te ensino.

                — Então bora.

                Eu finjo que sei ensinar e ela finge que aprende. E foi naqueles passos descompassados que nossas bocas se encontraram. Naquele momento eu me senti infinito. O mundo podia acabar que eu não me importaria. Eu lembro que naquele dia nem dormi. No dia seguinte no colégio eu era só sorrisos. Me achei o maioral. Não contive a ansiedade de dizer para os meus amigos o meu feito. Mas nem lembro o porquê não demos certo…

2 anos depois…

                Já passava das 21hrs quando te vi novamente na festa do bairro. Você havia saído do colégio, nunca mais tive notícias suas. Você nem era mais minha paixão e já nem te achava tão bonita assim. Mas esse dejavu mexeu comigo. Eu amei te ver novamente. Fui até você, cumprimentei com beijo no rosto. Conversamos amenidades. Depois de um tempo, senti vontade de te confessar:

                — Deixa eu te dizer uma coisa?

                — Pode dizer. Respondeu ela sorrindo.

                — Eu sempre tive vontade de ficar contigo. Lembra daquela vez que a gente ficou? Eu nem dormi. No outro dia eu espalhei pro colégio inteiro. Como eu era bobo.  — Dei um sorriso desconsertado.

                Ela pegou na minha mão, deu um sorriso malicioso e disse:

                — Vem comigo, vamos matar essa sua vontade. – E saímos…

 

Garoto Perdido

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