Em um país árabe distante, um ditador sofria constantes ataques da mídia externa sobre seu governo cruel e opressor. “Mas as pessoas me amam” dizia a seu general de mais confiança. “As pessoas têm cartazes meus colados nas paredes de suas casas. Isso eu não as obrigo fazer. Só peço respeito. Nada mais. Você acha general que sou cruel? ”. O general meio sem jeito baixou a cabeça. “Pode dizer meu caro. ” Insistiu o ditador. “Bom, talvez. Não sei…. Eu não acho. Mas a população parece um pouco dividida…”. O ditador passou a mão na sua barba pensativo. “Já sei! ” Disse de repente. “Mande fazer uma pesquisa daqui a duas semanas. A pergunta será clara. Você deseja que seu presidente saia do poder? Se mais da metade da população disser que sim. Vamos instaura essa desorganização que eles chamam de democracia onde cada um quer dar sua opinião e não chegamos a lugar nenhum. Pegue os dados das pessoas que votaram. Isente as crianças e mulheres dessa votação”. O coronel assentiu com a cabeça e foi realizar os preparativos para a tal pesquisa.
A pesquisa e a possibilidade de renúncia do ditador causaram um burburinho na cidade. Muitos estavam contentes por enfim participar dos destinos daquele pobre e sofrido país. Outra parte da população achava um direito do ditador exercer aquele poder. Foi passado de gerações. Era um absurdo mudar isso. Mas como mandado a votação ocorreu. No dia seguinte o ditador conferia os votos com o general e dois ajudantes. Depois daquela exaustiva contagem o resultado foi o esperado por todos. Setenta e cinco por cento da população queria a saída do ditador. O coronel olhou com esperança para o homem barbudo a sua frente esperando uma resposta. Mas o presidente passou cerca de dez minutos em silêncio, perdido em pensamentos. Olhou pela janela as ruas de seu país e seu povo trabalhando arduamente. Até que quebrou o silêncio. “Pegou os dados das pessoas que votaram como pedi coronel?”. Indagou. “Sim senhor. Conforme o senhor pediu.”. Respirou fundo e disse: “Pois bem. Pegue o exército e enforque todos os que votaram no meu afastamento. Não quero um povo divido. ” O coronel arregalou os olhos sem acreditar no que havia acabado de escutar. “Mas senhor, não tens medo de ser punido pelo nosso Deus?”. O ditador abriu um sorriso maquiavélico e proferiu as seguintes palavras: “O mundo não pune as pessoas más. Fazemos nossa escolha, aceitamos o que vier e o resto não importa… Agora faça o que te pedi senão quiser ser enforcado também.”. O coronel saiu sem dar mais uma palavra.
Garoto Perdido
That’s a nicely made answer to a chnellaging question