Hoje falarei o que aprendi com os meus caẽs e a importância de adotar um. Já faz um tempo adotei um pé durinho (leia esse texto) que hoje é o xodó da família. Porém ano passado mudamos para uma casa maior com quintal e jardim, uma das coisas que pensamos foi: o Luke terá mais espaço para correr e brincar. Contudo, mal sabia o Luke e nós que a vida dele mudaria completamente. Aqui na rua, existem vários cachorros sem dono. São super dóceis e carinhosos. Quem tem cachorro acaba se compadecendo com todo vira lata que vê na rua, mas como o Luke tem uma personalidade muito difícil, nunca cogitamos adotar nenhum. Na verdade o Luke já mordeu todos os cachorros daqui, e olha que eles são o dobro do tamanho dele. Vez ou outra num passeio eu dava bobeira e ele mordia um cão desavisado que nos acompanhava.
Mas a vida é uma caixinha de surpresas como diz o Joseph Climber. Em Maio a Nêga (uma das cadelinhas da rua) apareceu no portão da nossa casa com dois filhotinhos(fêmeas). Os vizinhos logo acolheram e colocamos as duas em uma casa que estava sem morador, depois de alguns dias minha esposa resolveu acolher elas aqui em casa até alguém adotar, mas claro que elas ficariam nos fundos longe do olhar inquisidor do Luke. Rapidamente conseguimos adoção para uma e continuamos a saga nas redes sociais para arrumar adoção para a que restou. Aquele filhotinho andando pelo corredor foi ganhando nosso coração, minha esposa deu um nome, Léia (Léia Organa irmã do Luke Skaywalker) ai você já sabe onde esta história vai parar né? Pois bem, resolvemos ficar com a Léia. Mas com uma condição: O Luke tinha que aceitar. Ela não poderia ficar isolada, então colocamos os dois juntos na maior tensão. O Luke se aproximava cauteloso, cheirava, ela ficava na defensiva e ele acabava dando uma mordidinha e a Léia desabava no choro e logo separávamos eles. Fizemos uma nova tentativa até que a Léia começou a mostrar os dentes e intimidar o Luke e hoje os dois são melhores amigos.
A Nêga é mãe biológica da Léia, ela sempre foi boazinha. A gente começou a colocar ela para dentro de casa depois de um atropelamento até ela se recuperar. Porém separada do Luke, óbvio. Sempre deixávamos a Léia brincar um pouco com ela. Depois que ficou boa a Nêga queria sair, então liberamos ela de volta para a rua. Mas todas as noites ela voltava e ficava em frente a nossa casa esperando uma oportunidade para entrar, então a gente colocava ela para dentro. Essa cena se repetiu por alguns meses até que por força do destino resolvemos deixar ela em definitivo dentro de casa apesar dos protestos dela para sair. Ela é mais velha, então se relacionou bem com o Luke, na verdade ela não liga muito para ele e só brinca com a Léia numa espécie de Jiu-jitsu canino. Hoje os três animam a casa. A Léia está dormindo nos meus pés enquanto escrevo isso…
Eu e minha esposa também mudamos muito, pois imaginamos que depois do Luke não teríamos espaço no nosso coração para amar tanto outros cachorros. Lógico que a gente gosta de todo cachorro que vê na rua, mas estou falando de uma coisa mais profunda. A mágica do amor é incrível e ela não é divisível como pedaços de uma pizza, ela é uma nova pizza chegando deixando a mesa cada vez mais farta. Apesar de falar que o Luke é meu preferido, eu amo demais essas duas. Como o Luke tem uma personalidade difícil, eu sou mais carinhoso com elas inclusive. Olhar esses animais correndo pela casa, brincando e cheios de alegria quando chegamos me dá uma sensação enorme de gratidão, me ensina todos os dias sobre o amor. Se cada um de nós tivéssemos compaixão com tantos cachorros que vivem abandonados nas ruas, o nosso mundo seria um pouquinho mais alegre e aposto que sua vida também! Por isso ainda há tempo de adotar. Que Deus abençoe sua vida.
Para adotar:
Garoto Perdido